terça-feira, 2 de março de 2010

Multipalco Teatro São Pedro

Um marco para Porto Alegre

Theatro São Pedro
O Theatro São Pedro surgiu por iniciativa de uma sociedade acionária de doze cidadãos, que visavam construir um teatro - que se chamaria São Pedro de Alcântara - cujos rendimentos seriam destinados para auxílio da Santa Casa de Misericórdia.
Em vista da louvável proposta, o então presidente da província Manoel Antônio Galvão doou em 1833 um terreno com 100 x 200 palmos para a sua construção, localizado na Praça da Matriz, no centro da cidade. As obras foram iniciadas no ano seguinte, mas estiveram interrompidas por dez anos, ainda na fase dos alicerces, em função da Revolução Farroupilha ocorrida entre 1835 e 1845.
Depois da guerra, para continuidade das obras foi constituída uma nova sociedade que, não obstante ser de caráter privado, logo buscou subsídios oficiais, que foram concedidos pelos governos seguintes, e em 1850 os trabalhos foram retomados. A pedido da Santa Casa o projeto foi elaborado no Rio de Janeiro, e executado por Felipe de Normann. O plano previu a construção de um edifício gêmeo no outro lado da rua, o Tribunal de Justiça, posteriormente demolido após um incêndio.
As verbas para a construção vieram de um programa de loterias estaduais, e finalmente o edifício em estilo neoclássico foi inaugurado em 27 de junho de 1858, com capacidade para 700 espectadores e decoração em veludo e ouro, numa época em que Porto Alegre tinha pouco mais de vinte mil habitantes. Em breve a sociedade constituída para sua conservação, a Associação do Teatro, não conseguiria mais fazer frente às despesas, e o imóvel foi desapropriado pelo poder público em 2 de abril de 1861.

1863
1865
1888
1906
1918
19.06.1934

Em abril de 1973, o Theatro São Pedro foi interditado por "absoluta falta de condições técnicas".
Atual
Hoje

As obras de restauração iniciaram em 1975, sob a orientação de Eva Sopher, que na época dirigia o Instituto Proarte, com a idéia de "integração do passado com o presente".
A reinauguração aconteceu em agosto de 1984, com o espetáculo de teatro de bonecos O julgamento do cupim, do Grupo Cem Modos, o musical Piaf, com Bibi Ferreira e uma apresentação Orquestra Sinfônica Brasileira regida por Isaac Karabtchevsky.
Em sua nova fase, o teatro tem sido administrado pela Fundação Theatro São Pedro, criada em 1982 e desde então dirigida por Dona Eva Sopher, ligada de forma autônoma à Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul. Em 1985 passou a contar com uma Orquestra de Câmara















Hall

Galerias
Após a reforma



Palco


Teto

Candelabro de cristal



Foyer

Novas estruturas de palco
Sala de exposição do Theatro São Pedro
***
Multipalco do Theatro São Pedro


Porto Alegre terá com o Multipalco, complexo cultural anexo ao Theatro São Pedro, um equipamento cultural inexistente no país. Ao lado de uma casa centenária, 17 mil metros de espaços totalmente voltados para as artes de palco. Em três andares de salas e teatros, três de estacionamento e ainda uma praça a céu aberto com concha acústica para 700 espectadores, restaurante e cafeteria, o Multipalco é a solução integrada para a eterna falta de espaço dos teatros centenários, como o São Pedro.


A idéia do Multipalco nasceu logo depois da reinauguração do São Pedro, em 1984, mas só ganhou forma em 1995. A partir de então começou a luta já vencida para a liberação do terreno de 2.600 metros quadrados. O projeto, dos arquitetos gaúchos Marcos Peres, Dalton Bernardes e Júlio Collares, venceu o concurso público e há três anos recebeu medalha de ouro na Quadrienal de Arquitetura para Teatros, em Praga.

Fachada

O projeto, de 13 mil metros quadrados, que vai fazer de Porto Alegre um dos maiores centros culturais do Mercosul, prevê ainda teatro italiano, teatro oficina, sala para corpo de baile, sala para orquestra, sala para entrevistas, salas para ensaio, além de lojas. Tudo integrado ao centro da cidade.

Largo
Foyer

ASPECTOS GERAIS

Encaixado em um contexto urbano excepcional, o projeto para o Complexo Cultural do Theatro São Pedro propõe a inserção de um edifício num sítio conformado ao longo da própria história da cidade. Seus principais valores são oriundos dessa situação e da relação com pontos marcantes de Porto Alegre, como a Praça da Matriz, o Theatro São Pedro, a Assembléia Legislativa, o Arquivo Histórico e a Rua Riachuelo.


Por isso, impõe-se a necessidade de articulação de requerimentos de ordem física (topografia, geometria do terreno, confrontações e limites com as vias e os espaços públicos), histórica, programática, simbólica, urbanística e paisagística. Algumas potencialidades podem ser destacadas:


- diferentes percursos urbanos de identificação de bens culturais valiosos;

- percursos que possibilitam a compreensão de uma conformação espacial rica e complexa;

- criação de novos espaços ligados a produção cultural, apoiada num cenário urbano excepcional;

- valorização do Theatro São Pedro com sua abertura para um lado não explorado;


- articulação entre a Praça da Matriz, o Theatro São Pedro, a rua Riachuelo e o miolo de quadra representado pelo pátio do Arquivo Público.


Estes pontos traduzem-se numa edificação visceralmente vinculada ao entorno urbano, fundamentando-se no trinômio praça-edifício-caminho.

Como praça, corresponde a uma plataforma que cobre a maior parte da edificação, nas cotas 26,50 e 27,60, intermediária entre a Praça Marechal Deodoro e a Rua Riachuelo e com acesso em nível pela Rua Gen. Câmara. Articula a face oeste do Theatro São Pedro com o acesso superior do Complexo, o restaurante e a concha acústica - elementos do programa que solicitam uma vinculação direta com o espaço aberto e estão representados pelos volumes que brotam da praça.

Como edifício público com fins culturais, relaciona-se com o cotidiano da Rua Riachuelo, respeita a tipologia de construções junto ao alinhamento, ao mesmo tempo em que busca uma compatibilização com as alturas do muro do Theatro e o prédio do Arquivo.

Como caminho, recebe rasgos com escadarias que conectam espaços próprios e do entorno, viabilizando percursos. Apresenta-se, portanto, com a possibilidade de múltiplos acessos estrategicamente situados de forma a captar o público para o seu interior.

O conjunto, desta forma, encravado no desnível do terreno, rejeita qualquer idéia de monumentalidade. Como praça, os volumes do restaurante e do acesso superior não competem com o Theatro, mas conformam o Largo que busca a valorização da sua fachada oeste. Como edifício, pela Rua Riachuelo, ajusta-se ao entorno, sem deixar de trabalhar a composição da fachada em função do caráter, que se mostra aberto para o acesso público aos bens culturais.

Concurso Público Nacional de Arquitetura para o Complexo Cultural do Theatro São Pedro - 1º lugar
Quadrienal de Praga - República Tcheca
9º Exibição Internacional de Cenografia e Arquitetura de Teatros, 1999 - Medalha de Ouro, integrando a mostra do Brasil.


Projeto Arquitetônico:


Arq. Julio Ramos Collares
Arq. Dalton Bernardes
Arq. Marco Peres
Data do Projeto: 1998
Endereço da Obra: Praça Marechal Deodoro / Rua Riachuelo - Porto Alegre - RS
Proprietário: Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Área do Terreno: 2.598,28 m² / Área Construída: 13.330,00 m²

Projetos Complementares:

Interiores/Programação Visual/ Paisagismo:
Arq. Julio Ramos Collares
Arq. Dalton Bernardes
Arq. Marco Peres
Estrutura e Fundações: Eng. Charles Simon
Elétrico / Telef. / Lógica: Eng. Ivan Treiguer
Hidrossanitário: Eng. Arcilda Zimmermmann
Ar Condicionado: Eng. Mec. Mário Alexandre Ferreira
Proteção Incêndio: Eng. João Daniel Xavier Nunes
Arquitetura Cênica: Arq. José Carlos Serroni
Arq. Gustavo Lafranchi
Acústica: Arq. Flávio Simões
Sonorização: Eng. Egon Alsher
Mecânica dos Solos: Eng. Jarbas Milititsky
Impermeabilização: Arq. Cloé Cruz
Instalações de Cozinha Eng. Errol Delmar Reis
Eng. Cláudia Vitória Reis



Nem tudo acontece como se planeja ou gostaria!

Jacoby presente à apresentação do calendário de finalização do Multipalco

25/09/2005 14:22

O secretário Roque Jacoby esteve, quarta-feira, dia 21, no evento que lançou o calendário de conclusão das obras do Multipalco do Theatro São Pedro. Na companhia do governador Germano Rigotto, da diretora da instituição, que integra a Secretaria de Estado da Cultura, Eva Sopher, e de outras autoridades e convidados, Jacoby descerrou a placa que assinalou os 364 dias restantes para entrega do complexo cultural.

Em 2010 ainda estamos em obras.
Governador Rigoto, Eva Sofer

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